Minha vida pode não ser tão importante, mas calma, estou me referindo a determinados momentos. Eu não vou me jogar da ponte ou fazer qualquer coisa que interfira definitivamente o percurso da minha vida. A questão é que anteontem passei por uma situação um tanto quanto reflexiva para a minha pessoa. Estava indo me consultar com meu neurologista -coisas de rotina- para processeguir com meu tratamento, mas quando cheguei ao consultório fiquei sabendo que o médico estava de saída para fazer uma cirúrgia em um hospital público e que de lá ele iria direto ao aeroporto para ir pros Estados Unidos. A príncipio fiquei chateada afinal, eu não poderia interroper meu tratamento mas também não queria continuar a tomar os mesmos remédios por conta dos efeitos colaterais. Bem, durante essa minha elevação de egocentrismo por algum tempo eu não pensei no paciente que ele iria atender, quem seria ele? Pai/Mãe de família? Filho(a) querido(a) de alguém? Jovem? Idoso? Milhões de viagens vieram a minha cabeça...
Mas de uma coisa eu tenho certeza, ele não possui o plano de saúde que meu pai paga pra mim, quiçá dinheiro para comprar os médicamentos pós-operatórios...
Ou melhor perguntando... Ele(a) sobreviveu???
Depois de fazer toda essa análise eu me conformei de ter perdido minha consulta, pois naquele instante "meu" médico estava indo tentar salvar a vida de alguém que naquele momento era mais importante que a minha, que sofria apenas (por analogia) alguns efeitos coláterais de uma droga.
O médico viajou, eu continuo tomando os mesmos remédios e esperando ele voltar...
mas estou de consciencia limpa e torcendo para que o desconhecido que por acaso entrou na minha vida esteja vivo e se recuperando bem.
P. S. Na hora em que o Dr. passou por mim apressado com milhões de coisas nas mãos e largando todos os seus pacientes, minha sincera voz interna o disse: Boa Sorte!
P. S. Também tive certeza de que é isso que eu quero: Eu quero salvar vidas, ou pelos menos, dar tudo de mim para tentar salvá-las.
[L] O comentário anônimo do post anterior me fez refletir muita coisa e inclusive me lembrou de um filme que eu adoro.
Obrigada, anônimo.
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