02 julho 2010

Que seja doce

Tenho conseguido voltar a estudar, e me sinto tão incrivelmente feliz quando termino. É uma alegria tão aliviada, tão difícil para ser começada, e o melhor de tudo é que quando me concentro, de verdade, para estudar eu esqueço de todos os problemas que me rodeiam. Esqueço de quem me esqueceu, esqueço de quem está doente, esqueço de quem não está aqui, esqueço do meu peso de viver. Fico leve.
Mas não posso estudar 24 horas por dia, o peso de quem eu sou, do que eu vivi me atormenta depois, se não acordada até quando durmo!Nessas horas me dá um vontade de chorar que começa logo ao amanhecer...me sinto frágil, porque nesses momentos lembro de quem me esqueceu, de quem está doente, de quem não está aqui. Tento ser forte, ser racional, mas desabaria agora com um abraço apertado.

Frágil — você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal, de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse.Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos, começa a passar. Caio F. Abreu


Gosto tanto do Caio Fernando, gosto muito mesmo, caso de amor platônico. Tem tanta coisa nas entrelinhas, tanta coisa dele, que se tornam nossas, lembro sempre de todas as frases de Caio que mandei pra alguma pessoa. Tenho um conceito de que quando alguém te manda um trecho de Caio Fernando Abreu é um caso querido e adorado pra pensar na vida e nas proporções que esse texto enviado pode tomar, já tive algumas experiências de envio...desde agradecimentos sté não entendimento do que quis dizer, o que foi uma pena, porque foi justamente um dos meus maiores casos de sutil entrelinha sentimental, mas...deve-se correr o risco. Entrelinhas, eu penso, são para poucos.

2 comentários:

Leonardo Xavier disse...

Eu acho estudar importante e até acredito que muitas vezes os livros podem nos confortar e inspirar, eu mesmo não sei se eu seria o que eu sou hoje se não fossem os livros.

No entanto, eu penso que o conhecimento é para nos ajudar a entender melhor o mundo. Não para a gente se esconder da vida. A paz, mesmo que os livros ajudem, você tem que achar em si mesma.

Victória Resende. disse...

Lari, você me mata de orgulho primoca! ;)

HSUDHAUDHA, acho que a pessoa ai de cima não entendeu quando você disse que quando tá estudando esquece os problemas, Oo' ele acha que vc estuda pra esquecer, ALOK

enfim, tô esperando o livro do Caio, HAHA