"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!"
Caio Fernando Abreu
Não me faz desistir no quase, não agora que eu tava quase totalmente me apegando a seu jeito de ser, às suas manias e até mesmo seus defeitos. Não quero passar outra noite quase em claro pensando no que você está fazendo longe dos meus olhares, pensando que talvez nesse momento você tenha quase me esquecido nos braços de um quase alguém...
Essa quase liberdade que nos prende me deixa tão na solidão quando você não está.
E ao final de tudo percebi agora que o problema é esse tal de quase.
Não se enquadra em mim.
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